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Um enfarte agudo do miocárdio (português europeu) ou infarto agudo do miocárdio (português brasileiro), vulgarmente denominado ataque cardíaco, ocorre quando a circulação de sangue para uma parte do coração é interrompida, causando lesões no músculo cardíaco. O sintoma mais comum é dor no peito ou desconforto que se pode espalhar para o ombro, costas, pescoço ou maxilar. É comum ter início no lado esquerdo do peito e durar alguns minutos. O desconforto pode por vezes ser semelhante à azia. Entre outros sintomas possíveis estão a falta de ar, náuseas, sensação de desmaio, suores frios ou fadiga. Cerca de 30% das pessoas manifestam sintomas atípicos, os quais são mais comuns entre mulheres. Entre as pessoas com mais de 75 anos de idade, cerca de 5% tiveram um enfarte do miocárdio com poucos ou nenhuns sintomas. Um enfarte do miocárdio pode causar insuficiência cardíaca, arritmia cardíaca ou paragem cardiorrespiratória.
A maior parte dos enfartes do miocárdio é causada por uma doença arterial coronária. Entre os fatores de risco estão, entre outros, a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, sedentarismo, obesidade, colesterol elevado, uma dieta pouco saudável e consumo excessivo de bebidas alcoólicas. O mecanismo de um enfarte do miocárdio muitas vezes envolve o bloqueio completo de uma artéria coronária, causado pela rotura de uma placa aterosclerótica. Ainda que de forma menos comum, pode também ser causado por espasmos da artéria coronária (vasoespasmo), que podem dever-se ao consumo de cocaína, estresse emocional significativo e frio extremo, entre outros. Alguns exames podem auxiliar o diagnóstico, incluindo eletrocardiogramas, análises de sangue e angiografias coronárias. Os eletrocardiogramas permitem confirmar a presença ou não de elevação do segmento ST. As análises de sangue geralmente incluem a medição da troponina e, de forma menos comum, dosagens de CK e CK-MB, contudo, com o advento da troponina ultrassenssível, a dosagem destes últimos não tem mais sido recomendada de forma rotineira pelos últimos guidelines.
A aspirina é um tratamento imediato apropriado quando se suspeita de enfarte do miocárdio. As dores no peito podem ser aliviadas com nitroglicerina ou opiáceos, embora não melhorem o prognóstico. Em pessoas com baixos níveis de oxigénio pode ser administrado oxigénio suplementar. Nos enfartes do miocárdio com elevação do segmento ST são geralmente recomendados tratamentos para restaurar a corrente sanguínea para o coração. Estes tratamentos incluem angioplastia coronária, em que o bloqueio é removido com a introdução de um pequeno catéter na artéria, ou trombólise, em que o bloqueio é removido com recurso a medicamentos. As pessoas que apresentam um enfarte do miocárdio sem elevação do segmento ST são muitas vezes tratadas com o anticoagulante heparina, complementada por angioplastia em pessoas de risco elevado. Em pessoas com bloqueios em múltiplas artérias coronárias e diabetes, pode ser recomendada a realização de um cirurgia de bypass em vez de uma angioplastia. Na sequência de um enfarte do miocárdio são geralmente recomendadas alterações do estilo de vida e tratamento a longo prazo com aspirina, betabloqueadores e estatina.
Em 2013 ocorreram em todo o mundo 8,6 milhões de enfartes do miocárdio. Em mais de 3 milhões de casos verificou-se elevação do segmento ST. Os enfartes com elevação ST são duas vezes mais comuns em homens do que em mulheres. Nos países desenvolvidos o risco de morte em casos com elevação ST é de cerca de 10%. Entre 1990 e 2010 a prevalência da doença, quando corrigida pela idade, diminuiu em todo o mundo.